Tempo do Advento

Com o Tempo do Advento se inicia o Ciclo do Natal. É o tempo de preparação para a Vinda do Senhor e comemoração de seu nascimento.


ADVENTO:
Preparação para acolher o Senhor que vem!

Com quatro semanas antecedendo o Natal, o Advento inicia um tempo novo na Igreja, um novo Ano Litúrgico. Este tempo nos prepara para acolher o Senhor que vem. É um tempo de espera e esperança, de atenção e vigilância.

Esperar uma pessoa especial e querida requer cuidadosa e alegre preparação, como uma noiva que se enfeita ansiosa e feliz para a chegada de seu amado, como um incansável vigia anseia pelo amanhecer, como a terra seca deseja ardentemente a chuva para o germinar das sementes.

Como o próprio nome indica, o Advento nos mergulha no mistério da “vinda” do Senhor, significa vinda, chegada. Celebramos o Senhor que veio um dia e entrou na nossa história, que vem cada dia e nos encontra onde estamos e que virá no fim dos tempos para julgar os vivos e os mortos. Nas duas primeiras semanas do Advento, vigilantes e alertas, esperamos a vinda definitiva e gloriosa do Cristo Salvador, e nas duas últimas, lembrando a espera dos profetas e de Maria, preparamos mais especialmente o seu nascimento em Belém.

Alguns símbolos, gestos e ações expressam mais intensamente a verdade dessa espera, ajudando-nos a vivê-la em nossas celebrações:

  1. O símbolo principal é a Eucaristia, o sacramento da espera: “Até que ele venha”.
  2. A palavra “o Verbo”. Advento é tempo especial de escuta, de atenção, de “gravidez” da palavra: que o verbo se faça carne em nós.
  3. A comunidade reunida para a escuta da Palavra e para a ação de graças é sinal sacramental da espera e da chegada do Senhor. O advento é tempo oportuno de aprofundar e melhorar nossas relações e nossa convivência na família, na comunidade, na vizinhança, como sinal visível da chegada do reino entre nós. A esperança se reacende quando relações novas e fraternas se estabelecem entre as pessoas.
  4. O canto e as músicas têm papel importante, evocando os temas bíblicos aprofundados, as experiências vividas, os sentimentos de espera, de expectativa pela vinda do Reino.
  5. A cor roxa na mesa da Palavra, nas vestes e no altar traz aos olhos o sentido de uma alegre espera.
  6. A coroa do Advento, feita com ramos verdes, com quatro velas que progressivamente se acendem a cada domingo.
  7. Significativo será montar o presépio.
  8. A novena de Natal, feita em grupos, é uma maneira de intensificar a espera e alimentar a esperança da libertação com cantos, orações, meditação da Palavra, gestos de solidariedade e compromisso com os mais pobres, montagem do presépio e momentos de confraternização.

É preciso, porém, não confundir Advento com Natal. São tempos distintos, embora um seja preparação do outro. O tempo do Natal começará na tarde do dia 24 de dezembro. Os grandes companheiros de caminhada no Advento são João Batista, Isaías e a Virgem Maria.

Neste primeiro domingo do Advento a Igreja nos convida a estar vigilantes e em oração para preparar o caminho, pois o Senhor virá. Nada melhor para preparar a vinda do Senhor do que a mudança de vida e o arrependimento de nossos pecados. É preciso fazer do Advento um tempo forte de oração e discernimento, tempo de balanço de vida e correção dos erros passados.

Que pela justiça, pela verdade e pelo amor, preparemos nossos corações para receber Cristo Jesus neste Natal.

Advento é tempo de clamar com voz alta: VEM SENHOR JESUS!

A Alegre espera por Cristo

O tempo do Natal com certeza é um tempo muito especial, especial para mim, especial para a família, especial para a sociedade, especial para o mundo, mas hoje em dia essa data é mais especial ainda para o comércio.

Nos dias de hoje esta grande festa tem se transformado unicamente como um meio de ganhar a vida, aumentar os lucros e assim aumentar as vendas no final de ano.

O valor da família ficou sendo apenas celebrado pela troca de presentes, não precisando mais estar presente. E as manifestações de afeto e de carinho podem ser feitas a distâncias, e às vezes, nem precisa ser falado, nem mesmo pelo telefone ou celular, pois “ele já sabe o que eu penso”.

Mas uma coisa é certa, ao menos as lembranças têm que ter nesses dias. Então com esse intuito, as “festas” do Natal foram adiantadas pelo comércio.

Se você prestou bem atenção as lojas começaram suas transformações para o tempo de Natal não no mês de novembro, mas ainda no mês de outubro, deixando de lado todo o tempo especial que é a preparação. Mas afinal, esperar o quê? Preparar-se para quê? Qual o sentido que tem esse tempo?

No tempo e na cultura em que vivemos a festa se torna muito mais especial e mais celebrada e importante que a preparação, o que não deixa de ser verdade, mas a medida da espera e da preparação será a medida da celebração. Quanto mais eu me dedico e me preparo interiormente e exteriormente, mais e melhor poderei vivenciar esta festa.

Podemos lembrar com muita tranqüilidade das festas mais importantes que participamos – um casamento, uma ordenação, uma colação de grau, um aniversário de quinze anos, e muitas outras festas; nós nos preparamos com uma certa antecedência, um banho bem caprichado, os homens fazem a barba, as mulheres vão ao cabeleireiro fazer corte e escova, a roupa bem lavada e já passada, os sapatos bem engraxados, o perfume muito bom, e o combustível no carro.

A preparação é fundamental para que não passemos vergonha na festa. Os presentes vêm em segundo plano. É necessário preparar-se! Comprar os presentes como manifestações de amor, não como um valor que se torna sinal de status pelo valor comercial que esse presente tem, mas sim um sinal de carinho, de afeto, que se dá, que se entrega, que se importa, que quer fazer parte desse momento importante e de grande valor.

A Sagrada Família de Nazaré certamente já havia preparado o nascimento do menino Jesus com muitos meses de antecedência, José, homem justo, já tinha feito o berço e já havia providenciado todos os detalhes para o nascimento de Jesus, e certamente já havia providenciado tudo para o bem estar de Maria. Mas acima de tudo o que a Sagrada Família estava atenta era em fazer a vontade de Deus em suas vidas.

Pobreza como ingrediente para uma “boa festa”

  • A pobreza! Ela é ingrediente fundamental para a boa celebração da festa do menino Deus.
  • O esvaziamento! Torna-se aqui um ponto de encontro entre o eu que sou pobre, e o menino Deus que quer nasce em mim, dentro de mim.
  • O acolhimento! Acolher Jesus, ser manjedoura, ser pobre, esvaziado de mim mesmo, das pessoas e das coisas.
  • Evangelização! Assim como os anjos que foram ao encontro dos pastores para anunciar a boa nova. “O anjo disse-lhes: Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor.”

Sim, é um tempo muito especial o Natal! Tanto que para nós católicos, o Advento começa no domingo após a celebração da festa de Cristo Rei do universo, e depois disto temos o período de mais quatro semanas de preparação à festa do Natal.

Na qual temos oito dias de festividades e de muita alegria, vivenciadas em família, vivenciadas em Igreja; a Igreja doméstica que é a minha família, e a Igreja como um todo, que é a minha grande família.

E para bem celebrarmos esta festa a Igreja instituiu o Tempo do Advento. Na Igreja este tempo é vivido em clima de alegre expectativa que não deixa de ter seu tempo de penitência, para nos prepararmos para as festas do Natal.

O advento passa a ser assim como um tempo de preparação, de purificação de arrumar a casa, de realizar uma grande faxina interior, acompanhadas de gestos externos de espera expectante daquele que vem!

Lembramos de Jesus como a promessa do Pai que se cumpre, e temos em nosso coração a esperança de vê-lO novamente em sua segunda vinda. Através de atos de santidade, nos preparamos para o Natal e apressamos esta segunda vinda.

Testemunho de unidade, evangelização, oração, vivência familiar, despojamento e anuncio da esperança: são as nossas ferramentas de preparação que nos auxiliam nessa arrumação da casa.

Encerramos o ano litúrgico celebrando Cristo Senhor e Rei do universo, Senhor absoluto de tudo e de todos, e iniciamos o ano litúrgico com a preparação para o nascimento do menino Deus, que se encarna e vive em meio a nós.

O Verbo se encarna! Glória a Deus! É o aniversário do Verbo. É aniversário de Jesus, e eu sou convidado a celebrar esse aniversário, e como é a melhor maneira para se celebrar esse aniversário?

Vivendo em família, com o amor afetivo e efetivo, mas sem tirar os olhos do foco, do centro, do mais importante: Deus, Jesus, o Verbo que se encarna, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Sim, o Natal é especial, a todos os Cristãos, que pertencem a família de Cristo, e que juntos celebram o nascimento do membro mais importante dessa grande Família.

A COROA DO ADVENTO

O que é a coroa do advento?

Entre os símbolos do ciclo do natal, temos a coroa do advento que contém uma linguagem de silêncio, mas que fala forte através do círculo, da luz, das cores, dos gestos correspondentes…

É feita de folhas verdes e nela se colocam quatro velas.

Qual a sua origem?

Surgiu na Alemanha, no século dezenove, mais exatamente nas regiões evangélicas, situadas ao norte. Os colonos para comemorarem a chegada do natal, a noite mais fria do ano, acendiam fogueiras e sentavam-se ao redor. Mais tarde, não podendo acendê-las dentro de casa, tiveram a idéia de tecer uma coroa de ramos de abeto (uma espécie de pinheiro), enfeitando-a com flores e velas.

No inverno rigoroso dos países frios, todas as árvores perdem suas folhas, somente os pinheiros resistem, sendo desta forma, um sinal de que, a natureza não morreu totalmente.

No início do século vinte, os católicos adotaram o costume de colocar a coroa nas suas igrejas e casas. No Brasil, o uso certamente provém dos missionários que vieram da Alemanha, ou de brasileiros que tendo conhecido o uso da coroa na Europa, a introduziram nas comunidades

Por que tem uma forma circular?

Sem começo e sem fim. A circularidade está ligada a perfeição. O redondo cria harmonia, junta, une. Lembra ainda para nós, que somos integrantes de um mundo circular, onde o processo do universo e da vida é cíclico: o círculo do ano, do tempo, o ir e vir da história, sempre marcado pela presença daquele que é a Luz do mundo.

Por que 4 velas?

Nos países do norte da Europa, durante o inverno, as noites são mais longas que os dias e a luz do sol brilha pouquíssimo, quando não fica totalmente escondido pelas nuvens. Por isso, lâmpadas, velas são indispensáveis e muito apreciadas. Mesmo para nós que somos cumulados com a luz do sol, a luz da vela tem muito significado.

No advento, a cada domingo, acende-se uma vela da coroa. De uma a uma, a luz vai aumentando, até chegar na grande festa do Natal, da Luz que proclama Jesus Cristo como Salvador, Sol do nosso Deus que nos visita, que arma sua tenda entre nós (Cf. Jo 1,1-14).

Vem vindo, a libertação…

O advento é marcado pela atitude de espera vigilante a fim de captar todos os sinais que Deus vai nos revelando.

O advento é marcado pela atitude de espera vigilante a fim de captar todos os sinais que Deus vai nos revelando.

Desde o primeiro domingo, somos interpelados (as) como Isaías, João Batista e Maria, a fortalecer a esperança, assumir a história de uma maneira diferente, lutar para por fim a uma cultura de morte e proclamar com atos e palavras que a vida é mais forte.

De domingo a domingo vai crescendo em nós, na comunidade, no universo inteiro, a certeza de que a luz brilha nas trevas e que Deus nos ama a tal ponto que se faz gente como nós. E assim, o dom vai crescendo em nós e nos tornando capazes de ir ao encontro das outras pessoas, de esparramar no mundo a solidariedade, a esperança, a justiça, a paz…

Com certeza, utilizando a coroa nas comunidades, com toda a dimensão simbólica que ela contém, será um sinal que nos ajudará a “enxergar” e a experienciar mais profundamente todo o sentido da espera do Salvador.