Os Sacramentos da Igreja

Para que servem os Sacramentos?

Uma abordagem sobre os Sacramentos da Igreja para a real compreensão de seus significados e função na vida do Cristão Católico.

O PLANO DE DEUS
OS SACRAMENTOS SÃO SINAIS
OS SETE SACRAMENTOS
O BATISMO
A PENITÊNCIA (CONFISSÃO)
A EUCARISTIA
A Santa Missa
A CRISMA (CONFIRMAÇÃO)
O MATRIMÔNIO
A ORDEM (Ordenação Sacerdotal)
A UNÇÃO DOS ENFERMOS


O PLANO DE DEUS

Deus nos criou para a felicidade e por isso fez um plano. Nós pelo pecado, entortamos as linhas mestras do plano do amor. Assim Deus mandou seu próprio Filho que se fez um dos nossos, morreu por nós, ressuscitou para nos garantir a continuidade do plano.

Só Jesus Cristo, Deus homem, poderia ser tão original ao inventar tais encontros, que fossem sinais certos de sua presença amiga durante toda a nossa vida. Esses encontros são meios que Jesus formulou para conhecermos os sacramentos.

Deus mesmo fala por sinais, todas as criaturas são “os rastros” da passagem dele. Quando quis se tornar presente neste mundo para reconstruir seu plano, tornou-se um sinal. Fez-se visível, palpável, eminência da carne, através da encarnação tornando-se pois um sacramento. Voltando para o Pai, Cristo deixa-se continuar aqui através de um sinal: A Igreja.


OS SACRAMENTOS SÃO SINAIS

A definição exata de Sacramento é: “Um sinal visível e eficaz da graça, instituído por Jesus Cristo, para nossa santificação”.

Jesus escolheu sinais que faziam parte da vida do povo hebreu, pois naquele tempo quem se dispunha a mudar de vida se submetia a um banho de purificação e chamou a essa presença do Amor de Deus que age em nós: Espírito Santo.

Os sacramentos são expressões de fé, de união da graça e da benção de Deus que nos leva a comprometer cada vez mais com nossos irmãos, nos faz crescer na capacidade de servir e transformar a sociedade; por isso Deus nos criou para sermos felizes, nos deu inteligência e liberdade mas em troca pediu o nosso amor e nossa fidelidade.

Jesus Cristo é o grande sacramento do amor para com os homens: sinal visível e eficaz.

Visível porque se fez homem como nós, vivendo numa região definida e em tempo conhecido, presente em nossa história e eficaz porque quem crer em Jesus Cristo tem a garantia da salvação.

Podemos dividir em três partes:
1º Um sinal sensível
2º Instituído por Jesus Cristo
3º Graça

1º Um sinal sensível: Constitui a parte material do Sacramento. Nos sinais que constituem a parte material de um sacramento, temos dois elementos: O primeiro denominamos matéria = água do batismo. O segundo elemento chama-se forma. São palavras ou gestos que dão significado ao ato.

2º Instituído por Jesus Cristo: O poder humano não pode ligar a graça interior a um sinal externo. Isso é algo que somente Deus pode fazer, e que nos leva a segunda definição de Sacramento: “Instituído por Jesus Cristo”. A Igreja não pode criar novos Sacramentos, e não pode haver nunca nem mais e nem menos que sete, os sete que Jesus nos deu: Batismo, Eucaristia, Confirmação, Penitência, Ordem, Matrimônio e Unção dos Enfermos.

3º Graça: Voltando a nossa atenção para o terceiro dos elementos, vimos que seu fim é dar a Graça Santificante. Graça é Deus conosco e nós em Deus. É sintonia em Deus e o homem. É estreita união.

Mas para recebermos a graça que os Sacramentos transmitem, é necessário que tenhamos disposições interiores. A quantidade de Graça recebida depende de nós, não depende de quem administra.

Por esse motivo procuremos aprender a liturgia sacramental que é rica em gestos tornando presente a grande realidade que é Cristo, sendo que ele próprio se doa a nós como prova de amor infinito em todos os sete sacramentos.

Como o homem por seus esforços jamais poderia chegar a Deus, então Deus toma a iniciativa e chega até o homem através do sacramento.


OS SETE SACRAMENTOS

Os sete Sacramentos nos acompanham em toda nossa vida espiritual:


O SACRAMENTO DO BATISMO

Deus ao criar o homem, além da vida natural, concedeu-lhe uma vida sobrenatural. A graça sobrenatural ia ser a herança que todos os homens transmitiriam a sua posteridade. Mas o homem rechaçou a Deus cometendo o primeiro pecado, perdendo assim a Graça Santificante e a união com Deus.

O próprio Deus, na pessoa de Jesus Cristo, ofereceu a reparação infinita pela ingratidão do homem. Jesus iluminou o abismo que havia entre a divindade e a humanidade.

Para restaurar na alma a graça perdida, Jesus instituiu o Sacramento do Batismo. Através do Batismo a alma passa a participar da própria vida de Deus e a essa participação chamamos Graça Santificante.

É o Sacramento da iniciação cristã, pois nos liberta do pecado original, nos faz sermos acolhidos pelo Pai e nos apresenta na Igreja a qual incorporamos e nos tornamos templos vivos da Santíssima Trindade: “Aquele que permanece em mim e eu nele, este dá muitos frutos, porque sem mim nada podeis fazer”.

O Batismo é como uma semente que se planta, mas que ao longo dos tempos, deve ser cultivada para que cresça e produza frutos; caso contrário de nada adianta. Assim se não for cultivada no dia-a-dia, na oração, na fé, na participação e na vivência de Deus, será uma semente que não germinará.

Como sacramento ele significa a vida nova que o cristão recebe, sendo apresentado na Bíblia através das figuras do Dilúvio (Gn 7 ) e a Passagem do Mar Vermelho (Ex 14, 15-31). Antes de Cristo, este sacramento era administrado por João Batista que pregava a conversão para a vinda do Salvador, por isso ele dizia: “Eu batizo com água, mas aquele que virá depois de mim vos batizará no Espírito Santo”.

A palavra Batismo vem do grego Baptizium que quer dizer: Imergir em Água.

Todo cristão deve permanecer fiel às promessas do Batismo, principalmente àquela de nunca perder a Vida Divina pelo Pecado Mortal, deve ser o “ sal da terra e luz do mundo” e sendo assim, elevado a dignidade de filho de Deus.

A partir do dia de Pentecostes, a Igreja celebrou e administrou o Batismo: “Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para a remissão dos vossos pecados. Então, recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2, 38)

Os batizados se vestem de Cristo.
O batismo é um banho que purifica, santifica e justifica. Ele é um banho de água no qual a Palavra de Deus produz seu efeito de vida.

O batismo nos abre as portas da Igreja.
Faz de nós participantes da assembléia congregada na fé, que é a Igreja, o novo povo de Deus, o povo da nova e eterna Aliança.

Pelo batismo somos incorporados na Igreja, o Corpo de Cristo. Feito membro da Igreja o batizado não pertence mais a si mesmo (I Cor 6,19), mas àquele que morreu e ressuscitou por nós.

Na comunhão da Igreja, o batizado é chamado a ser sinal e instrumento do Reino de Deus, a viver fraterna solidariedade e a praticar a justiça. O batizado assume um compromisso de viver e testemunhar, como membro de Cristo, a sua fé até as últimas conseqüências, de forma coerente e fiel.

Efeitos do Batismo:

1º) Paga a dívida que o homem tem com Deus ao nascer. Dívida essa contraída pelos nossos primeiros pais, através da desobediência para com Deus.

2º) O Batismo nos torna filhos de Deus, irmãos de Jesus Cristo e templos do Espírito Santo. Nós nos tornamos habitação da Santíssima Trindade.”Viremos a ele e nele faremos nossa morada”. Jo14, 23.

3º) Infunde em nós as três virtudes teologais: Fé, esperança e caridade. Essas virtudes são infundidas em nós em forma de semente. Compete a nós, através da freqüência aos Sacramentos, orações, leitura da Bíblia e boas obras, fazer com que essa semente germine, cresça e dê bons frutos.

4º) Nos faz herdeiros de Deus. Se somos filhos de Deus também somos herdeiros. E a nossa herança é o céu.

5º) É o princípio. É a porta de entrada para os outros Sacramentos. Sem o batismo não podemos receber nenhum outro Sacramento.

6º) Nos faz cristãos. Quer dizer, somos de Cristo. Aqui está nossa vocação cristã, tornamo-nos seguidores de Cristo. Parecidos com Cristo, pelas nossas obras, pela nossa conduta.

7º) Introduz à Igreja. O Batismo nos incorpora à Igreja, nos faz ser Igreja. Faz de nós membros vivos e comprometidos com a Igreja. A Igreja somos nós.

8º) Imprime caráter de Cristão. Se depois de batizados pecamos mortalmente, cortamos a nossa união com Deus e o fluxo da sua graça; perdemos a graça santificante, mas não o caráter batismal, que transformou a nossa alma para sempre.


O SACRAMENTO DA PENITÊNCIA
(Reconciliação – Penitência – Confissão)

Chama-se sacramento da Conversão, pois realiza-se sacramentalmente o convite de Jesus para o caminho de volta ao Pai, do qual a pessoa se afastou pelo pecado.

Chama-se sacramento da Penitência porque consagra um esforço pessoal e eclesial de arrependimento e de satisfação do cristão pecador.

Chama-se sacramento da Confissão porque à declaração dos pecados diante do sacerdote Deus concede o perdão e a paz.

É também chamado de sacramento da Reconciliação porque dá ao pecador o amor de Deus que reconcilia: “Reconciliai-vos com Deus” (2Cor 5,20).

Quem vive do amor misericordioso de Deus, está pronto a responder ao apelo do Senhor: “Vai primeiro reconciliar-te com teu irmão” (Mt 5,24).

É no sacramento do perdão que Deus reconhece nossas falhas, nossa limitação, mas reconhece também nossa boa vontade. Jesus disse: “Eu detesto o pecado mas amo o pecador”.

O próprio Cristo no dia da Ressurreição (Domingo de Páscoa) conferiu aos apóstolos o poder de perdoar os pecados: “Recebei o Espírito Santo, aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e aqueles aos quais não perdoardes ser-lhes-ão retidos” (Jo 20, 21-23).

Devemos contar todos os nossos pecados ao padre para receber o perdão, pois com isso nos restitui a vida na graça e nos dá novo vigor para não mais pecar.

Requisitos para receber uma boa confissão:

1º Exame de Consciência: Rezar e pensar nos pecados cometidos.

2º Contrição ou arrependimento: Tristeza dos nossos erros e de nossa falta de amor a Deus.

3º Propósito: Evitar o pecado e servir a Deus com mais amor.

4º Confissão: Acusação clara e objetiva dos pecados ou falhas cometidas.

5º Penitência: Nos é dada pelo sacerdote para demonstrarmos nosso arrependimento e a firmeza de nosso propósito de não mais pecar e de reparar as falhas cometidas.

Sem o perdão de Jesus vivemos como filhos pródigos (Lc 15, 11-24). Na parábola do filho pródigo encontramos todos estes requisitos: fazer o exame de consciência, admitir o erro, ter o propósito de voltar para o Pai, confessar e admitir-se pecador diante do Pai e proferir a sua penitência. “Não sou mais digno de ser chamado seu filho”.

Santa Terezinha do Menino Jesus dizia: “Os nosso pecados por mais feios e numerosos que sejam, desaparecem diante da bondade de Deus, como uma gotinha de água no oceano imenso.” O Pai do céu nos ama tanto que nos quer sempre perto dele.


O SACRAMENTO DA EUCARISTIA

Eucaristia é o sacramento que contém, sob as espécies do pão e do vinho verdadeiro, real e substancialmente presente o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, para alimento de nossas almas.

É o sacramento do amor; é a hóstia pura, hóstia santa, a hóstia imaculada; é o Santíssimo Sacramento, a Santa Comunhão.

Jesus disse: Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer desse pão viverá eternamente. E o pão que hei de dar é a minha carne para a salvação do mundo.

Figuras da Eucaristia no Antigo e no Novo Testamento:

  • Ceia Pascal: A pedido de Deus, o povo de Israel deveria repetir a cada ano como lembrança ou memorial da libertação do jugo dos egípcios. (Lev 23, 4 – 14)
  • O Maná: Deus alimentou o povo hebreu durante 40 anos no deserto com o maná. (Ex 16, 4 – 36)
  • As duas multiplicações dos pães: (Mt 14, 13 – 21 e Mt 15, 29 – 39)
  • Promessa da Eucaristia por Jesus Cristo: (Jo 6, 35 – 51)
  • Foi na Quinta-Feira Santa que Jesus instituiu o sacramento da Eucaristia: As palavras de Jesus foram: “Isto é o meu Corpo” e “Isto é o meu Sangue”, o pão e o vinho se convertem no Corpo e no Sangue de Cristo.

Em cada Missa, pelo poder dado por Cristo a todo sacerdote, torna-se presente o sacrifício de Cristo.

A Eucaristia dentre os sacramentos é chamada de Santíssimo Sacramento; por isso, a Igreja nos aconselha a adorarmos, agradecermos e louvarmos a Jesus presente na Santíssima Eucaristia.

Na Missa: especialmente na hora da Consagração e na hora da Comunhão.
Na Adoração ao Santíssimo Sacramento: nas horas santas, nas procissões do Corpo de Deus, acompanhado com toda adoração e reverência.

Para recebermos com adoração a Eucaristia devemos estar em estado de graça (sem pecado mortal), estar em paz e harmonia com todos, ter fé (crer na presença real de Jesus Cristo na Eucaristia e viver como tal), guardar o jejum eucarístico (uma hora sem comer e nem beber antes da comunhão – nem chicletes, balas etc. Somente água), comungar com respeito e devoção.

Todo sacramento produz efeitos em nós. A Eucaristia aumenta em nós a graça santificante, pois nela encontramos e recebemos o próprio autor da graça: Jesus Cristo.


A SANTA MISSA

Ao tratar sobre a Eucaristia, é indispensável falar na santa Missa, pois é no sacrifício eucarístico que a Eucaristia se realiza, especialmente na consagração do pão e do vinho.

A Missa é uma oração, a melhor das orações; a rainha, como dizia São Francisco de Sales. Nela reza Jesus Cristo, homem-Deus. Nós temos apenas de associar-nos. “O que pedirdes ao Pai em meu nome Ele vo-lo dará”, disse Jesus (Jo 16,23).

São João Crisóstomo disse: durante a Missa nossas orações abóiam-se sobre a oração de Jesus Cristo. Nossas orações são mais facilmente atendidas, eficazes, porque Jesus Cristo as oferece ao seu eterno Pai em união com a sua.

  • Os anjos presentes oram por nós e oferecem nossa oração a Deus.
  • É o presente mais agradável que podemos oferecer à Santíssima Trindade.
  • Cada Missa eleva nosso lugar no céu e aumenta nossa felicidade eterna.
  • Cada vez que olhamos cheios de fé para a Santa Hóstia, ganhamos uma recompensa especial no céu.

A Missa é a maior, a mais completa e a mais poderosa oração da qual dispõe o católico. Entretanto, se não conhecemos o seu valor e significado e repetimos as orações de maneira mecânica, não usufruiremos os imensos benefícios que a missa traz.

Reflitamos um pouco mais sobre a forma de como cada um participa da Missa lendo a seguinte história:

Numa certa cidade, uma bela catedral estava sendo construída. Ela era inteiramente feita de pedras, e centenas de operários moviam-se por todos os lados para levantá-la. Um dia, um visitante ilustre passou para visitar a grande construção. O visitante observou como aqueles trabalhadores passavam, um após o outro, carregando pesadas pedras, e resolveu entrevistar três deles.
A pergunta foi a mesma para todos: O que você está fazendo?

  • Carregando pedras, disse o primeiro.
  • Defendendo meu pão, respondeu o segundo.
    Mas o terceiro respondeu:
  • Estou construindo uma catedral, onde muitos louvarão a Deus, e onde meus filhos aprenderão o caminho do céu.

Essa história relata que apesar de todos estarem realizando a mesma tarefa, porém a maneira de cada um realizar é diferente. Assim igualmente acontece com a Missa. Ela é a mesma para todos, contudo a maneira de participar é diferente, dependendo da fé e do interesse de cada um:

  • Existem os que vão para cumprir um preceito;
  • Há os que vão à Missa para fazer seus pedidos e orações;
  • E há aqueles que vão à Missa para louvar a Deus em comunhão com seus irmãos.

Compreendamos melhor agora cada parte da Missa:

  • Na entrada, ato Penitencial, Glória, Oração, nós falamos com Deus.
  • Na Liturgia da Palavra que compreende as 2 leituras, o Evangelho, a Homilia (Sermão), Deus fala conosco.
  • A Liturgia Eucarística (3 partes): Ofertório, Oração Eucarística e a Comunhão é o Coração, o Centro da Missa.
  • No ofertório nós apresentamos nossas oferendas, o nosso amor, o nosso ser representados pelo pão e vinho.
  • Na oração Eucarística, Jesus consagra nossas oferendas e nos leva consigo até Deus.
  • Na comunhão, Deus nos devolve esse Dom.

Ao nos unirmos à Cristo unimo-nos também a todos que estão “em Cristo”, aos outros membros da Igreja. Devemos medir a eficácia das nossas comunhões pela melhora no nosso modo de ser e agir. (Mt 26, 26 – 28 – Mc 14, 22-24 – Lc 22, 19 – 20 – I Cor 11, 23 – 29)


O SACRAMENTO DA CRISMA (CONFIRMAÇÃO)

Crisma é o sacramento que, conferindo os dons do Espírito Santo em plenitude, inaugurado no batismo, põe o fiel no caminho da perfeição cristã e assim o faz passar da infância para a idade adulta, pois é o Sacramento da maturidade Cristã.

Podemos então dizer que a Crisma é o Sacramento da Confirmação do Batismo. É o Sacramento da Juventude. É o Sacramento por excelência do Espírito Santo.

Crisma é uma palavra grega que significa: óleo de ungir. A palavra Confirmação tem aqui o significado de fortalecimento, pois deve tornar o cristão “forte e robusto” no espírito.

Ungir é esfregar o óleo do Crisma na fronte do crismando em forma de cruz. Esse óleo usado na cerimônia de Crisma é consagrado na Missa da Quinta-Feira Santa.

Três coisas são necessárias na administração da Crisma:

  • A imposição das mãos sobre a cabeça do crismando;
  • A unção com o óleo do Crisma na fronte do crismando;
  • As palavras que o Bispo diz: Recebe por este sinal os Dons do Espírito Santo, ao que o crismando responde: Amém.

Normalmente é o Bispo que ministra o sacramento da Crisma, porém ele pode delegar esse poder a um sacerdote em sua ausência.

Na celebração o Bispo faz essa Oração pedindo os Dons do Espírito Santo: “ Deus Todo Poderoso que, pela água e pelo Espírito Santo, fizeste renascer estes vossos servos, libertando-os do pecado, enviando-lhes o Espírito Santo: dai-lhes, Senhor, o Espírito de Sabedoria e Inteligência, o Espírito de Conselho e Fortaleza, o Espírito de Ciência e Piedade, e enchei-os do Espírito do vosso Temor.”

O Sacramento da Crisma deve provocar no crismando aquilo que o Espírito Santo provocou naqueles que estavam no cenáculo no dia de Pentecostes. Atos dos Apóstolos 2, 1-47.

Para que recebemos o Sacramento da Crisma?

Comumente dizemos que a Crisma nos faz soldados de Cristo, que confirma o Batismo, Sacramento do adulto, da responsabilidade. Uma só coisa a Igreja nos garante sobre este sacramento: “Crisma nos concede o Espírito Santo”.

Olhando para a Bíblia, descobrimos que o Espírito Santo tem duas funções:

1º) o de dar a vida através do Batismo.
2º) e o de levar a vida até sua perfeição (santidade) = Crisma.

A confirmação nos dá, pois, o Espírito Santo para levarmos até a perfeição o que recebemos no Batismo. Chegar à perfeição segundo a vontade do Pai.

Talvez possamos dizer que o Batismo constitui mais o aspecto estático ao passo que a Crisma expressa mais o aspecto dinâmico, evolutivo da vida cristã. Uma coisa é ser cristão simplesmente, outra é chegar a plenitude de santidade. Evoluir, é tomar novo impulso, crescer constantemente na vida iniciada no Batismo.

Não podemos permanecer semente; é preciso que a semente germine, cresça e dê frutos em abundância. (At 8, 14 – 19 – At 2, 1-47)

Missão do crismando

  • Ser bom fermento que leveda a massa.
  • Fomentar a caridade fraterna.
  • Comunicar aos outros o amor de Cristo que está nele.
  • Mostrar, com palavras e com atos, sua maturidade cristã e o desejo de sempre crescer até atingir a plenitude de Cristo.

Crisma não é um sacramento a mais, é o sacramento que faz o autêntico cristão. Ser cristão é comprometer-se com o Evangelho e ser coerente aos compromissos assumidos em relação a ele.

Os sete Dons do Espírito Santo:

  • Sabedoria: Não a sabedoria do mundo, mas aquela que nos faz reconhecer e buscar a verdade, que é o próprio Deus: fonte da sabedoria. Verdade que encontramos na Bíblia.
  • Entendimento: É o dom que nos faz aceitar as verdades reveladas por Deus.
  • Conselho: É a luz que nos dá o Espírito Santo, para distinguirmos o certo do errado, o verdadeiro do falso, e assim orientarmos acertadamente a nossa vida, e a de quem pede um conselho.
  • Ciência: Não é a ciência do mundo, mas a ciência de Deus. A verdade que é vida. por esse dom o Espírito Santo nos indica o caminho a seguir na realização da nossa vocação.
  • Fortaleza: É o dom da coragem para viver fielmente a fé no dia-a-dia, e até mesmo o martírio, se for preciso.
  • Piedade: É o dom pelo qual o Espírito Santo nos dá o gosto de amar e servir a Deus com alegria. Nesse dom nos é dado o sabor das coisas de Deus.
  • Temor de Deus: Temor aqui não significa “ter medo de Deus”, mas um amor tão grande, que queima o coração de Respeito por Deus. Não é um pavor pela justiça divina, mas o receio de ofender ou desagradar a Deus.

O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO

O matrimônio é um sacramento que estabelece uma santa e indissolúvel união entre um homem e uma mulher e lhes dá a graça de se amarem, procriarem e educarem seus filhos: “…cada homem tenha sua mulher e cada mulher seu marido. Que o marido cumpra seu dever em relação a mulher e igualmente a mulher em relação ao marido. A mulher não dispõe de seu corpo, mas sim o marido. Igualmente o marido não dispõe de seu corpo, mas sim a mulher. Não se recusem um ao outro…” (1Cor 7, 2-5)

Esse sacramento foi instituído pelo próprio Deus no início da criação quando deu a Adão uma companheira – Eva – para que vivessem juntos, numa só carne, em amor fiel e indissolúvel.

Quando um homem e uma mulher procuram o matrimônio cristão é porque Deus os chama para mudar o significado do amor que um sente pelo outro, para submergir o amor humano no mistério do amor de Deus.

O dom do sacramento é ao mesmo tempo vocação e dever dos esposos cristãos, para que permaneça fiel um ao outro para sempre, para além de todas as provas e dificuldades, em generosa obediência, a santa vontade de Deus: “o que Deus uniu, não separe o homem”.

Os esposos cristãos são chamados a dar testemunho e Cristo em seu amor mútuo. A isso nos comprometemos mediante o sacramento do matrimônio, a presentear-nos um ao outro não só a luz e o calor do próprio amor, mas tornar isto um sinal de reflexo vivo desse sol de amor que é Cristo. Este compromisso tão audaz se apóia em outro que contrai o próprio Senhor: através do sacramento que Ele nos oferece como ajuda à força de seu próprio amor.

O sacramento do matrimônio que retoma e especifica a graça santificante do Batismo, é a fonte própria e o meio natural de santificação para os cônjuges. Em virtude da morte e ressurreição de Cristo, dentro do qual se insere novamente o matrimônio cristão, o amor conjugal é purificado e santificado: “O Senhor dignou-se sanar, aperfeiçoar e elevar este amor com um dom especial de graça e caridade”.

O dom de Jesus Cristo não se esgota na celebração do matrimônio, mas acompanha os cônjuges ao longo de toda existência.

Para refletir:

  • Indissolubilidade do Matrimônio – Mt 19, 3-9 / Mc 10, 1-12
  • Cristo não aprova o divórcio – Lc 16,18 / Rm 7, 2-3
  • Deveres recíprocos dos esposos – Ef 5, 21-33

O SACRAMENTO DA ORDEM
(Ordenação Sacerdotal)

É um sacramento social que Cristo instituiu na Última Ceia. É um sacramento no qual Ele concede ao candidato ao sacerdócio o poder sacerdotal e lhe dá as graças para exercê-lo santamente.

O que é um Sacerdote?

É um homem como nós, sujeito a fraquezas, porém separado dos demais para o exercício da doação de Deus aos homens. O Sacerdote é o dispensador do amor de Deus aos homens.

É chamado de Pontífice = ponte – artífice: construtor de pontes; pontes que ligam o Céu à Terra; os homens à Deus; o eterno ao temporal; o pecado à misericórdia.

O sacerdote administra os sacramentos, sinais do amor de Deus aos homens.

O ministro do sacramento da Ordem é o Bispo. Em caso de impossibilidade, o Bispo delega esse poder a outro sacerdote.

Jesus Cristo deu aos apóstolos a plenitude do poder sacerdotal e estes transmitiram essa plenitude a outros, pela imposição das mãos.

Desde o tempo dos apóstolos, têm-se sagrado bispos e ordenado sacerdotes pela imposição das mãos e oração.

Pela ordenação Sacerdotal, Jesus Cristo confere o poder de:

  1. Celebrar a Santíssima Eucaristia;
  2. Administrar os sacramentos: Batismo, Reconciliação, Eucaristia, Unção dos Enfermos, Matrimônio;
  3. Administrar o sacramento da Crisma, quando receber delegação do senhor Bispo pela total impossibilidade deste;
  4. Consagrar e benzer (pessoas e coisas). Somente o sacerdote pode confessar e consagrar.

A ordenação Sacerdotal imprime caráter que nunca se apaga. Chamamos de sinal indelével. Pela ordenação o sacerdote fica unido de modo especial a Jesus.

Ele é a extensão de Cristo entre os homens, amando-os e dispensando-lhes a salvação proporcionada por Jesus por meio da Igreja em seus Sacramentos.

O sacerdote jamais poderá perder o seu poder sacerdotal, a menos que seja dispensado pelos seus legítimos superiores através da ordem expressa do Santo Padre o Papa.

Jesus chama os jovens a seu serviço. Jovens de todas as nacionalidades, raças e cores. Eles devem ter requisitos básicos de cristãos verdadeiros: Fé viva e operante; Estar pronto ao sacrifício, até da própria vida, no serviço ao Deus que chama; Trabalhar pela salvação dos homens sem distinção de raça ou cor.


O SACRAMENTO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS

Pelos sacramentos da iniciação cristã, o homem recebe a vida nova em Cristo. Ora, esta vida nos trazemos ” em vasos de argila” (2Cor 4,7). Agora, ela se encontra “escondida com Cristo em Deus”, estamos ainda em “nossa morada terrestre” (2Cor 5,1) sujeitos ao sofrimento, à doença e à morte. Esta nova vida de filhos de Deus pode se tornar debilitada e até perdida pelo pecado.

O Senhor Jesus Cristo, médico de nossa alma e de nosso corpo, que remiu os pecados do paralítico e restituiu-lhe a saúde do corpo, quis que sua igreja continuasse, na força do Espírito Santo, sua obra de cura e de salvação, também junto de seus próprios membros. É esta a finalidade dos dois sacramentos de cura: o da Penitência e da Unção dos Enfermos.

O Sacramento da Reconciliação cristã que mediante a oração e a unção com óleo santo feita pelo sacerdote, concede ao doente a graça e o alívio espiritual e muitas vezes o conforto corporal, isto é, concede a saúde da alma e do corpo.

O óleo utilizado neste sacramento é um dos óleos que o Bispo abençoa na Quinta-feira Santa. O sacerdote unge a fronte e as mãos do enfermo. o corpo do homem ungido pelo Batismo é santo e por meio deste fazemos o bem. O Sacramento da Unção dos Enfermos faz com que estes tenham forças para testemunhar Jesus Cristo em meio ao sofrimento que passam unindo-se a obra redentora do Filho de Deus.

Quem pode receber a Unção dos Enfermos? Todos os que estão gravemente doentes e as pessoas que tem mais de 60 anos.

Condições para receber a Unção dos Enfermos:

  • Estar em estado de graça, isto é, sem pecado;
  • Receber a Unção com fé, esperança, caridade e resignação à vontade de Deus.

Os sinais sensíveis da Unção dos Enfermos, oração-unção produção de graça, instituição divina, são ministrados pelo sacerdote, de preferência pelo pároco. A matéria usada para a unção é o óleo de oliveira ou planta que é abençoado na Quinta-feira Santa. No ato da unção o sacerdote profere as seguintes palavras: “Por esta santa unção o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo. Deus em sua infinita bondade quis”.