Epifania: Adoração a Jesus

No domingo, entre os dias 2 e 8 de janeiro a Igreja celebra a Epifania do Senhor, solenidade em que se festeja a manifestação da divindade de Jesus Cristo e a adoração dos reis magos ao Deus Menino, em Belém de Judá.

Epifania significa manifestação. É, pois, a manifestação de Jesus ao mundo, como salvador universal. Os magos simbolizam o conjunto das nações e dos povos. A Epifania marca, assim, a universalidade da redenção de maneira viva e simbólica.

A palavra “epifania”, tem origem no verbo grego “epiphaino”, que tem o significado de “mostrar”. O substantivo “epifania”, do grego “epiphaneia” quer dizer: aparição, manifestação.

“A epifania é a festa, como a entendemos hoje, com a qual se celebram tanto a manifestação da divindade de Jesus Cristo como a visita e a adoração a Jesus, em Belém, dos três reis magos vindos do Oriente, fixada na liturgia para o dia 6 de Janeiro”. A solenidade é celebrada no domingo seguinte à data da festa litúrgica.

A origem da festa da Epifania remonta ao tempo dos gnósticos basilidianos (pensadores cristãos da região da Basílide, no Oriente Médio), no século II, que celebravam a manifestação do Cristo de origem divina no mundo terrestre ocorrida no momento do seu batismo. “Portanto, originalmente comemorava-se, no dia 6 de Janeiro, a festa do batismo de Jesus Cristo.

A partir do século IV, celebravam-se simultaneamente, no dia 6 de Janeiro e com o nome de Epifania, tanto a festividade do batismo como a do Natal. “Porém, no mesmo século IV começou a surgir o costume de se festejar o Natal no dia 25 de Dezembro, o batismo de Jesus foi passando para segundo plano e a adoração dos magos foi-se impondo como a festa principal.

Segundo a tradição da Igreja do século I, os magos seriam possivelmente reis de nações ao leste do Mediterrâneo, sábios e poderosos, que cultivavam o conhecimento do homem e da natureza buscando contacto com Deus.

Naquele tempo, os persas chamavam “magos” aos sacerdotes. Mais tarde, a tradição os chamou de “reis” lembrando o salmo 72,10-11: ‘Os reis do Ocidente e das ilhas lhe pagarão tributo. Os reis da Arábia e da Etiópia lhe oferecerão presentes. Diante dele se prostrarão todos os reis e o servirão todas as nações. Os reis vieram do Oriente, isto é, da Arábia, Pérsia ou Caldeia.

Os nomes dos magos, Melchior, Gaspar e Baltazar, vêm da tradição e não da Bíblia”.

Tradicionalmente, Melchior é representado como um ancião branco com barbas, traz como presente o ouro que representa a realeza de Cristo; Gaspar, jovem de pele morena, traz o incenso, representando a divindade de Jesus Cristo; Baltazar, de raça negra, oferece ao Menino Jesus a mirra, substância para embalsamar cadáveres, representando sua humanidade, o sofrimento e a morte do Senhor.

O significado da Epifania, na Igreja Ortodoxa (Oriente), é a festa da manifestação do Senhor Jesus, ou seja, a celebração de seu nascimento como verdadeiro homem (mistério da Encarnação).

Já no tempo de São João Crisóstomo, em Antioquia e no Egito, acrescentou-se também a comemoração do batismo de Jesus no Rio Jordão. No Ocidente, a festa da Epifania tem um significado diferente. O que se celebra é a revelação de Jesus ao mundo pagão, que é simbolizado pela vinda dos reis magos para adorar o Redentor recém-nascido em Belém.

Atualmente, na nossa liturgia, a Epifania celebra a vinda dos magos, vistos como primícias dos pagãos que acolhem Jesus como o Senhor. No prefácio da liturgia da Epifania, encontramos o significado da festa: ‘Revelastes, hoje, o mistério de vosso Filho como luz para iluminar todos os povos no caminho da salvação. ‘Cristo é a Luz, estrela, dos povos”.